A mulher atinge o auge de sua beleza aos 31 anos. É o que diz uma pesquisa realizada pelo canal de compras americano "QVC" divulgada na segunda-feira, 19. Segundo os realizadores do estudo, as próprias mulheres disseram que, com o passar do tempo, foram perdendo as inseguranças e se sentindo mais bonitas.
Ainda de acordo com a pesquisa, 63% das entrevistadas concordam que a idade melhora a beleza e que, quanto mais velha a mulher menos ela se importa com o que as outras pessoas pensam.
Analisando a trajetória humana, podemos dizer, sem forçar a barra, que chegar aos 30 anos já é uma vitória. Sim, porque foram vencidas as agruras hormonais da adolescência, as loucuras da fase dos vinte, quando as perspectivas de vida mudam a cada troca de calcinha, e até os primeiros rastros da flacidez e da celulite, que surgiram sem implicar diretamente em sessões dobradas de terapia. Só que, por mais que ela se esforce para se sentir uma vencedora, a mulher - e o homem também – de 30 anos acaba se deparando com uma perturbadora constatação: o jogo já pode até ter começado, mas só a partir de agora os pontos começam a ser contados. Assim, abre-se o placar da crise dos 30, um drama que assola muita gente, mas que, se vivida com equilíbrio, pode se converter no pontapé inicial de uma verdadeira e definitiva conquista.
Um bom exemplo disso é Tatiana Vargas, arquiteta, 37 anos. Há exatos dez, ela começou a sentir estranhos sintomas, ventos que denunciavam que o tempo ia virar logo, logo. "A crise dos 30 é uma espécie de TPM que dura uns três anos. E parece que o mundo conspira contra, até comercial de detergente faz com que você repense a sua vida", lembra ela. O auge de sua crise foi aos 31, quando Tatiana terminou um casamento de seis anos e resolveu continuar sua “auto-análise” dividindo cama e escova de dentes com um garotão dez anos mais novo. “Foi uma decisão corajosa, mas muito bem pensada. Na verdade, enquanto decidia o que fazer do meu casamento, tive o primeiro contato sério com minha maturidade. Fui muito feliz nessa fase”, conta. No entanto, a troca de travesseiros não significou o fim da turbulência interna na vida da arquiteta. “Fiquei pensando se eu não estava aceitando a minha nova idade, se aquilo não era um desejo meu de voltar à juventude pelo meu novo namorado. Mas decidi deixar essas neuroses de lado e aproveitar a vida que eu tinha escolhido”, conta ela. Por fim, Tatiana confessa que o que mais a atormentou foi a sensação de que, depois de virado o contador, qualquer erro poderia ser fatal. “Dá muito medo porque a sensação é de que as coisas são mais definitivas. Só que, se a gente não se permitir errar, seja lá em que idade for, não vamos nem sair da cama de manhã”, reflete ela.
O questionamento-chave que rege a trilha sonora dessa conturbada chegada ao portal das balzaquianas não poderia ser mais simples e mais complexo: “que diabos eu estou fazendo da minha vida?”. Mais do que o suficiente para torcer qualquer cabeça pelo avesso, essa perigosa perguntinha sabe, como poucas, ser dolorosa. Principalmente se a largada dos 30 também representa o término de prazo. “Quando cheguei nessa fase, parei e me perguntei o que eu já tinha realizado de concreto. Não encontrei nada. Tinha a minha vidinha, meus namorados, meu consultório. Mas tem muita coisa que a gente planeja conquistar até lá e não consegue”, confessa a dentista Cristiane Pinho. “Além disso, tinha medo de ficar careta, de virar uma velha, de me acomodar naquele marasmo. Hoje, no entanto, Cristiane, com 35 anos, volta à pergunta que lhe tirou o sono por algumas noites e descobre outras repostas. “Percebi que só passei bem por essa crise porque já tinha algum conhecimento da vida e alguma maturidade. Coisas que eu tinha conquistado ao longo dos anos, mas que até então, não tinha percebido”, conclui ela. “Isso só não adiantou muito quando começou a aparecer pé-de-galinha, pneu. E você reclama e todo mundo te chama de histérica, de exagerada. Só te deixa ainda mais possessa”, protesta.
A estilista Amanda Oliveira é outra que também reclama da falta de sensibilidade do espelho que, nessas horas, está longe de ser um bom amigo. “Não tem essa história de que aos 30 ainda se está inteira, que a pele tá linda, que a bunda não cai. Cai mesmo, perdemos o viço”, garante. Foi por essas e outras que a professora Luciana Soares preferiu a companhia muito mais compreensiva dos cremes e loções. “Estou no meio da crise dos 30 e já percebi que ela me transformou numa pessoa louca por cremes. Tenho todos os anti-rugas que você possa imaginar no meu banheiro”, conta. “Não sei se, com isso, estou compensando, mas realmente essa fase deixa a gente mais carente”, reconhece Luciana, que acabou encontrando nisso o lado mais legal da crise dos 30. “Estou mais próxima dos meus amigos do que nunca. Talvez porque estejamos todos passando pelos mesmos problemas, estamos bastante unidos, ninguém deixa nenhuma bola murchar”, conta ela.
A crise dos 30, entretanto, não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Muito pelo contrário, ela deve ser encarada como um pincher, aquele cachorro magro e pequenininho, metido a valentão, mas que, com um simples passa-fora, recolhe sua personalidade raivosa à sua insignificância física. “Ela pode se manifestar de muitas formas. Algumas se deprimem, outras mudam de emprego ou assumem novas responsabilidades. Mas tudo isso é fruto de uma profunda auto-avaliação”, resume a psicoterapeuta Maria Adelaide Ferraz. Segundo ela, a crise dos 30 anos é o primeiro ritual de iniciação na vida adulta. É a partir dela que se inicia o verdadeiro processo de autoconhecimento e que começamos a nos levar mais a sério. “É um período de cobrança por uma contribuição ao mundo própria, única, de respeito à individualidade”, explica. Por isso, para sair inteira de furacão, auto-estima é fundamental. “É importante ter confiança na própria capacidade e não se deixar imobilizar pelas dúvidas e pela cobrança excessiva”, diz Maria Adelaide. O resultado disso é sabedoria, algo fundamental para a aproveitar a vida que, afinal de contas, está apenas começando.
Elas são mais maduras, sensuais, menos tímidas, mais realistas e, principalmente, vividas. As balzaquianas, como ficaram conhecidas as mulheres de 30 anos, já suportaram muitos preconceitos pelo estigma que essa palavra trazia. Com tom pejorativo, muitas vezes eram rotuladas como "balzaquianas encalhadas", já que, antigamente, para se viver um romance era preciso ter no máximo uns 20 e poucos anos. O escritor francês Honoré Balzac, que viveu no início do século XIX, foi o primeiro a falar da incompatibilidade de casais e trazer à tona a discussão sobre a idade feminina. Foi ele quem considerou as de 30, mulheres no ápice da sua vida sexual, que conhecem como ninguém a arte de seduzir e encantar, e têm muitas histórias para contar.
Quando se está na faixa dos 20, há um certo temor em chegar aos 30. Muitas idéias na cabeça, sonhos, desejos e o medo de não alcançá-los. Mas até lá falta muito, é o que se pensa. A estrada parece ser longa. Então, o negócio é aproveitar. Nenhuma preocupação com o corpo, muito menos com a mente. E como o tempo não pára, os 30 chegam. "Antes eu fantasiava demais, vivia no mundo dos sonhos e ilusões. E é impressionante a mudança que aconteceu quando entrei nos 'inta'", declara a produtora de moda Flávia Dantas, de 31 anos, que passou a perceber com mais nitidez o mundo à sua volta. "Luzes acenderam na minha cabeça, idéias clarearam, fiquei mais intuitiva e, o que é melhor, passei a ter orgasmos múltiplos. Agora me conheço, estou mais solta, faço o que gosto com menos pudor, mesmo nas vezes em que encano com minhas celulites e a bunda caída. Isso é que dá sair com garotinhos de 20", diverte-se.
Mas nem tudo são flores. Flávia se encontra numa tardia crise dos 30, como define. Está vivendo sobre pressão, pois não tem lugar para morar, está abrindo uma empresa sem dinheiro e não tem namorado. "Há uma cobrança muito grande da sociedade para você dar certo profissional e socialmente e isso significa bom emprego e casamento. Então, me sinto devendo. Recomecei minha carreira agora, numa idade que sempre me imaginei bem resolvida", lamenta ela, que pelo menos se sente mais capaz em fazer acontecer. Flávia confessa que não tem mais o gás de anos atrás, mas a maturidade e os pés no chão lhe dão mais segurança de seguir o caminho que realmente quer, preocupando-se, é claro, com sua saúde. "Penso duas vezes antes de cair na noite. Amanhã não quero acordar com ruguinhas e olheiras", brinca.
O tempo passa, mas parece que os valores continuam os mesmos. Não faz muito tempo que o casamento deixou de ser visto como prioridade pelas mulheres, ou pelo menos por algumas delas. No entanto, no livro 'A Mulher de Trinta anos', de Balzac, a psicologia feminina é retratada com muita coerência e atualidade. Sua personagem principal, Júlia d`Àiglemont, é o primeiro retrato da mulher mal casada, consciente da razão de seus sofrimentos e revoltada contra a instituição imperfeita do matrimônio. A única coisa que a psicóloga Laura Rosa imaginava era estar casada aos 30. Nem passava na sua cabeça a profissional, a mãe ou a solteira. Tinha o sonho e correu atrás. "Casei aos 27 anos e por pressão minha. Tinha medo de 'chegar lá' sem marido. Na virada das décadas eu ainda estava casada, mas já começava a ser infeliz. Com 31 não agüentava mais a monotonia e o tédio do meu casamento e me separei", lembra ela, que revolucionou a vida depois do divórcio. Fez uma pós-graduação, emagreceu, conheceu pessoas e passou a ter prazer na própria companhia. "Me acho tão interessante, madura, agradável e inteligente que estou bem só. Mas essa clareza me veio aos trinta", afirma essa balzaquiana feliz, que pelo seu julgamento, não tem mais a beleza óbvia dos seus 20 e poucos, mas tem o que falar e muito a fazer.
Como na adolescência, a mulher desabrocha depois dos 30 anos. Adquire um ar mais sensual e os hormônios, mais harmonizados, borbulham diferente. A pele tem outra textura, o cheiro fica mais forte e elas, mais sensíveis. "Me sinto mais mulher. Já casei, separei e minha filha já tem 10 anos. Já pude sentir no meu corpo muitas sensações femininas intensas. Tenho uma história que não se compara a nada, mas o melhor seria ter o mesmo corpinho e carinha dos meus 20 anos e a cabeça dos 38", deseja a empresária Silvia Freitas, que confessa ter medo de envelhecer apesar de estar trabalhando bem essa questão. "É difícil notar e aceitar algumas mudanças, do tipo abaixar e perceber que meu rosto dá uma despencada, mesmo que sutil. Mas como isso não é tudo, vou buscar desenvolver meu lado espiritual e concretizar meus projetos de vida", ensina ela, que ainda se considera uma perdida profissionalmente apesar de saber do que gosta. Silvia explica que só começou a viver mesmo aos 29, quando se separou e ficou encantada. Segundo ela, nessa fase, engolia a vida e os homens, é claro.
Para o psicólogo Paulo Próspero, as balzaquianas realmente vivem um florescimento de valores intelectuais e espirituais. "É uma conjunção imbatível: elas aliam belos dotes físicos, a maturidade pessoal e encontro espiritual", define. Mas, para ele, há uma mudança no padrão das 'balzacas'. Diferente do início do século XIX, quando Balzac escreveu seu livro e trouxe uma nova realidade para a sociedade, hoje ele vê esse período mais alongado, com mulheres de 40 e 50 anos vivendo na sua plenitude. "Elas se cuidam mais e têm a possibilidade de fazerem uma manutenção física melhor. Fora a experiência de vida, pois o tempo é uma grande escola para quem quer aprender. E além de bonitas, elas têm bagagem", avalia.
Parece que a vida começa aos trinta. Ou pelo menos um novo sentido de vida, onde as dúvidas vão se modificando, os medos são substituídos e os valores aperfeiçoados. Aos 36 anos, a jornalista Cristina Fernades não tem mais 'aquela' ansiedade. Sabe esperar, entender e procurar. "Sei a hora de caminhar e voltar e faço as coisas acontecerem. Não tenho mais aquele corpinho de uma gatinha. Mas sei como ter e dar prazer. Aprendi a cobrir e despir com classe e segurança. Dane-se os peitos caídos ou as celulites que cismam em se instalar nas minhas coxas", revela. Cristina tem o rosto ainda sem marcas, fruto dos cremes milagrosos e de sua disciplina árdua. Mas os olhos são expressivos e com bolsas que carregam a bagagem do que viveu e, segundo ela, das mágoas que chorou.
E como já dizia Balzac em seu livro: "Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis para um rapaz... obedece a um sentimento consciente. Escolhe... dando-se. A mulher experiente parece dar mais do que ela mesma, ao passo que a jovem, ignorante e crédula, nada sabendo, nada pode comparar nem apreciar... Uma mulher... se esconde sob mil véus... Afaga todas as vaidades... Chegando a essa idade, a mulher sabe consolar em mil ocasiões em que a jovem só sabe gemer. Enfim, além de todas as vantagens de sua posição, a mulher de trinta anos pode se fazer jovem, desempenhar todos os papéis, ser pudica e até embelezar-se com a desgraça", finaliza.
Fonte: http://msn.bolsademulher.com/estilo/balzaquianas-2782-1.html
Autor: Redação Redação Bolsa Mulher / Clarissa Martins
Sobre o blog
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Enfim vivendo e aprendendo !
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